O crescimento da população idosa já é uma realidade prevalente em vários países. No Brasil, segundo dados recentes do IBGE, o número de pessoas com 65 anos ou mais de idade cresceu em 57,4% em 12 anos. Longe de ser um ponto fora da curva, o envelhecimento populacional é um fenômeno global, que preocupa governos e órgãos mundiais de saúde.
O envelhecimento da população, além de trazer prejuízos econômicos, acende o alerta para um problema ainda maior, os impactos nos cuidados da saúde dessa população, que começa a sofrer de doenças crônicas características da idade, principalmente relacionadas a fatores motores e declínio cognitivo.
Nesse cenário inédito na história mundial, uma luz de esperança se acende, literalmente: a Radiação infravermelha Próxima (NIR). Essa tecnologia capaz de tratar doenças neurodegenerativas se mostra uma aliada promissora nos tratamentos de condições como Alzheimer, Parkinson, Demência e declínio cognitivo em geral, além de casos de autismo e TDHA.
Conheça a seguir detalhes sobre Radiação Infravermelha Próxima (NIR), a tecnologia que já possui estudos científicos robustos e que promete mudar o futuro da humanidade, abrindo novos horizontes no cuidado ao paciente e na inovação médica.
Afinal, o que é Radiação Infravermelha Próxima (NIR)?
A Radiação Infravermelha Próxima (NIR, do inglês Near-Infrared Radiation) tem despertado interesse significativo na comunidade científica devido aos seus potenciais efeitos terapêuticos em várias áreas da saúde.
É do senso comum que a luz solar é essencial para a vida na Terra, pois nos seres humanos ajuda na síntese de vitamina D e nas plantas é essencial para a realização da fotossíntese. Assim como a radiação solar, há outros comprimentos de onda eletromagnéticos capazes de gerar efeitos biológicos no corpo humano, como é o caso da radiação infravermelha.
O infravermelho é uma onda eletromagnética de frequência menor que a luz visível e, portanto, invisível ao olho humano. Quando esse espectro de onda entra em contato com o organismo, é capaz de realizar a fotobiomodulação.
Esta radiação pode ser dividida em diferentes categorias com base na sua faixa de comprimento de onda. Entre estas categorias, encontramos a Radiação Infravermelha Próxima (NIR) e a radiação infravermelha em um sentido mais amplo.
A diferença entre a Radiação Infravermelha Próxima (NIR) e a radiação infravermelha geralmente se refere ao alcance de comprimentos de onda que cada uma abrange. A NIR é a porção do espectro infravermelho que está mais próxima da luz visível.
Como que a NIR age no organismo?
A NIR tem comprimentos de onda na faixa de 600 a 1100 nm, o que permite que ela penetre nas camadas mais externas da pele e alcance os tecidos mais profundos. A NIR atua na célula, mais especificamente em uma região chamada mitocôndria, despertando uma cascata de efeitos bioquímicos.
A célula possui mitocôndrias, que são como pequenas usinas de energia, produzindo ATP (trifosfato de adenosina), a moeda energética da célula. Dentro das mitocôndrias, há uma enzima chamada citocromo c oxidase que desempenha um papel crucial na produção de ATP. A NIR é absorvida por essa enzima. Isso é importante porque a absorção dessa luz estimula a enzima a trabalhar mais eficientemente, aumentando a produção de ATP. Com mais energia disponível, a célula pode funcionar melhor, reparar-se e regenerar-se mais eficientemente.
O aumento na produção de ATP desencadeia uma série de reações benéficas dentro da célula. Esse efeito é conhecido como fotobiomodulação. Confira a seguir o que ocorre no organismo:
Dilatação dos vasos sanguíneos
Com o aumento de ATP há o aumento da liberação de óxido nítrico, ele é um gás importante porque ajuda a dilatar os vasos sanguíneos, melhorando a circulação e, consequentemente, aumentando o transporte de oxigênio e nutrientes para as células necessitadas.
Redução da Inflamação e do Estresse Oxidativo
A fotobiomodulação também tem um papel anti-inflamatório e antioxidante. Ela reduz os marcadores de inflamação e o estresse oxidativo nas células, o que pode ajudar na prevenção e no tratamento de várias condições inflamatórias e degenerativas.
Estimulação da Reparação e Regeneração
Com mais energia, redução da inflamação e melhora na circulação, a célula tem um ambiente ideal para reparar tecidos danificados e iniciar processos regenerativos. Isso é particularmente útil em tecidos que normalmente têm uma capacidade limitada de recuperação, como os nervos.
Quais são as vantagens da Radiação Infravermelha Próxima (NIR)?
A ciência médica está constantemente em busca de tratamentos que possam melhorar a vida sem impor procedimentos invasivos ou efeitos colaterais indesejáveis. Entre as descobertas mais promissoras está a radiação infravermelha próxima (NIR). Esta terapia regenerativa apresenta diversas vantagens, dentre as principais: não possui efeitos colaterais, é um procedimento não invasivo e não possui contraindicação.
Quais são as aplicações clínicas da NIR?
Os efeitos clínicos da NIR já são visíveis em diferentes campos da medicina. Seu potencial é vasto e já possui eficácia comprovada para diferentes condições. Confira a seguir.
Neurologia
Estudos sugerem que os comprimentos de onda entre 700 e 900 nm podem ter efeitos neuroprotetores e neuroregenerativos nos casos de:
- Tratamento de lesões cerebrais traumáticas;
- Doença de Alzheimer;
- Acidente Vascular Cerebral (AVC);
- Alterações cognitivas leves em idosos;
- Melhora de desempenho cognitivo em pessoas saudáveis.
Dermatologia
Na área da dermatologia, comprimentos de onda ao redor de 600nm têm sido utilizados para:
- Estimular o metabolismo celular;
- Aumentar a produção de colágeno;
- Favorecer a cicatrização de feridas da pele;
- Tratar alopecias;
- Promover a melhora geral da saúde da pele.
Outras áreas de pesquisa incluem o uso da associação de diferentes comprimentos de onda em terapias para condições musculoesqueléticas, como artrite e lesões musculares, bem como em doenças metabólicas como diabetes.
Como é feito o tratamento com NIR?
No Brasil, já é possível realizar o tratamento com Radiação Infravermelha Próxima (NIR). O tratamento ocorre por meio do boné Infrallux.
O boné conta com 232 LEDs especiais emissores de NIR e para utilizá-lo basta colocá-lo na cabeça, mantendo-o na mesma posição durante toda a sessão, sem retirá-lo do contato com a área. A sessão dura 12 minutos e pode ser realizada diariamente. Após encerrar o período de tempo programado pelo próprio equipamento, é emitido um sinal sonoro e o dispositivo encerra a sessão.
O dispositivo é portátil, hands free, e o paciente pode realizar o tratamento em casa, sem a necessidade da presença de um profissional.
O futuro iluminado pela NIR
Entender completamente os mecanismos da NIR, os protocolos mais eficazes e sua segurança é o desafio atual. À medida que a pesquisa avança, a radiação NIR se posiciona como um procedimento não invasivo que promete transformar a prática da medicina regenerativa.
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